Foi a 3 de Dezembro de 1944, em Amares (distrito de Braga), que Portugal viu nascer uma das mais importantes figuras do seu panorama cultural contemporâneo. Um artista ímpar, que nos deixou um legado intocado pelo tempo, assente em desinibição, trabalho, persistência, resiliência, talento puro e (muita) criatividade.

Falamos, claro, de António Joaquim Rodrigues Ribeiro, mais conhecido como António Variações. Quem já viu “Variações” (o filme realizado por João Maia) conhecerá, em traços largos, as humildes origens do cantor / compositor. Saberá também que a sua paixão pela música data da infância, vivida entre o estudo, o trabalho e a obra de Amália Rodrigues, artista que tinha como uma das suas principais referências.

Em meados dos anos 70, António viveu em Amesterdão, onde trabalhou como barbeiro. Essa profissão tornou-se um símbolo da sua identidade, muito por “culpa” também dos magníficos registos do artista, da autoria da manager, fotógrafa e amiga, Teresa Couto Pinto. Voltaria para Portugal, com uma bagagem repleta de experiências, colhidas na alegria de ter vivido, lá fora, uma realidade colorida e alegre, que contrastava com a do seu País, ainda a despertar para a vida em democracia. Esta visão caleidoscópica de Variações permitia-lhe a ambição de usar tudo o que viu e sentiu lá fora para revolucionar o cancioneiro e a estética pop nacionais.

Indubitavelmente, Variações foi (e será sempre) um dos expoentes máximos da cultura pop portuguesa. O filme feito em homenagem à sua vida e obra demorou mais de 15 anos a ser preparado. João Maia, para além de ter assumido a responsabilidade de realizar este registo biográfico, arcou também o peso de ser o principal argumentista desta importante obra que, tal como a música de Variações, permanecerá imaculada com o passar do tempo.

O filme “Variações” estreou a 22 de Agosto de 2019 e tornou-se um autêntico fenómeno de audiências, com rasgados elogios a serem tecidos à performance de Sérgio Praia e à Banda do Filme Variações, por, juntos, terem alcançado o feito de recriar a música de António Variações, honrando com notória sensibilidade, o peso e a dimensão histórica que a música de Variações tem e terá – para sempre.
“Variações” foi o filme português mais visto em 2019 e é também um dos 10 filmes portugueses mais vistos de sempre.

P’ra não perder a memória
Sem pretensões, a Banda do Filme Variações assume-se como um tributo a António Variações, que tem como missão continuar a dar a conhecer a música do artista português a novas gerações, na senda do entusiasmo gerado pelo filme. Através de um registo sonoro actual e fiel à identidade de Variações, gizado por Armando Teixeira, e de uma interpretação irrepreensível de Sérgio Praia, a Banda do Filme Variações promete honrar e manter viva a memória do criador de temas inesquecíveis como “Estou Além”, “O Corpo é que Paga” e “Canção de Engate”, em todos os palcos que vier a pisar.

Ouça aqui a banda sonora do filme Variações.

Booking: diogo@gigsonmars.com

Fotografia de Paulo Pimenta (Público)

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