Em Fevereiro de 1969, cinco jovens da cidade da Praia, tomaram a iniciativa de formar um grupo musical. Eram eles, Chindo, Duia, Zézé, Mike e Fortinho, aos quais, pouco tempo depois, se juntou Luisinho Lobo.

A casa SERBAM, emblemático estabelecimento comercial da cidade da Praia, aderiu à iniciativa e apoiou a aquisição dos primeiros instrumentos e equipamentos de som. Foi precisamente por sugestão de um dos donos da referida firma, que se atribuiu o nome “Os Tubarões” ao novel grupo.

Nos primeiros anos que se seguiram à sua formação, o grupo teve uma participação discreta e humilde na vida cultural da cidade. Ao longo da sua existência, a situação económica e social determinou que alguns elementos deixassem o grupo e, outros, movidos pela paixão pela música, aderiram ao projeto, contribuindo para a sua continuidade. “Os Tubarões” foi, ao longo do tempo, uma espécie de comboio na cultura musical de Cabo Verde, onde a saída de um elemento foi colmatada pela entrada de outro, selecionado de forma criteriosa. Isso permitiu que diferentes gerações e estilos convivessem harmoniosamente, contribuindo para moldar as características próprias que sempre distinguiram a banda.

O grupo sempre se preocupou em acompanhar a evolução musical internacional, tanto no domínio da execução como no da sonoridade. Isso é evidenciado pela modernidade e qualidade dos arranjos e orquestrações, pela melhoria progressiva nas técnicas de execução e pela preocupação em renovar os instrumentos equipamentos.

Nada disso seria possível, sem o apoio e o carinho do público e a dedicação de alguns amigos que, desinteressadamente, prestaram a sua colaboração, suportando o grupo, numa altura em que as condições eram escassas e a disponibilidade de meios exígua.

Progressivamente “Os Tubarões” ganhou popularidade e conquistou um espaço próprio, tornando-se conhecido, tanto a nível nacional como fora do país, sobretudo no seio das comunidades cabo-verdianas emigradas.

O período posterior à revolução em Portugal a 25 de Abril de 1974, projetou “Os Tubarões” como um grupo nacional incontornável, devido ao papel fundamental que desempenhou na divulgação dos ideais da cabo-verdianidade e mobilização da população a favor da independência nacional.

O reconhecimento em meios musicais internacionais ocorreu, a partir de Portugal, após o lançamento do álbum “Tabanka”, onde, pela primeira vez, um grupo cabo-verdiano participaria no festival do Avante, atuando para uma plateia de 300.000 espetadores, aproximadamente.

A partir daí, “Os Tubarões” atuaram em palcos da África, Europa, América do Norte, América do Sul, América Central e Ásia.

Ao longo de uma carreira ininterrupta que durou 26 anos, o grupo registou sete álbuns de originais e um álbum gravado ao vivo na mítica sala do Coliseu dos Recreios de Lisboa.

Em 1995, condições pouco favoráveis à subsistência de uma banda e uma certa incompatibilidade com compromissos profissionais dos elementos ditaram a decisão cessar a atividade musical. Entretanto, nunca foi declarada formalmente a extinção de “Os Tubarões”.

Em Maio de 2015, passados 20 anos, uma bem-vinda iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa trouxe de volta, aos palcos, a banda cabo-verdiana. Neste curto período de regresso, o grupo atuou, no Festival da Gamboa (2015), em Lisboa no festival Rotas & Rituais (maio de 2015), nos Estados Unidos da América (Setembro de 2015), na Noite Branca na cidade da Praia (dezembro de 2015), na abertura do Kreol Jazz festival na cidade da Praia (2016) e nos festivais Badja ku Sol, Baía das Gatas, Santa Maria, Festival da Lusofonia em Macau, Beja na Rua, para além de outras atuações até 2017.

Em 2018 o grupo regressou á mítica Festa do Avante, atuou no Festival Milhões em Festa em Barcelos, no Festival Sete Sóis Sete Luas entre outros festivais em Cabo Verde e em 2019 no Festival Med de Loulé, na Gala de Sucesso no Senegal e em vários festivais em Cabo Verde.

Neste momento o grupo prepara a apresentação de 2 novas músicas e digressões em Cabo Verde e a nível internacional.